domingo, 31 de outubro de 2010

Amigo meu





Amigo, amigo meu,
Que me deste tanto do teu tempo,
E quando tarde do teu alento.

Amigo, amigo meu,
Que presenteou-me com tantas memórias,
E quando esquecida lembrava por mim.

Amigo, amigo meu,
Com o qual minha alma compartilhei,
E quando cansada e fria contigo a animei.

Amigo, amigo meu,
A metade de um todo que nunca se desfez,
E quando distante se fazia mais certeza eu tinha,
De que és um bom amigo, amigo meu.

Perguntas





E esse tempo que já usara,
Onde o guardou?
E essas flores que cheirara,
De qual perfume mais gostou?
E esses sonhos que criara,
Com qual mais se encantou?

E essas perguntas que te faço,
Qual não respondeu?
E essas respostas que me dera,
Quais são verdadeiras?
E essa hora que já era,
Será que já a perdeu?




Frase




Memória te ajudam a viver,
Os erros a preencher as memórias.

Receios




Eu tinha tanto medo de cair,
Que não aprendi a voar.

Eu tinha tanto medo de sentir,
Que minha vida insípida deixei passar.

Eu tinha tanto medo enxergar,
Que o silêncio acabou por me afogar.

Eu tinha tanto medo de lutar,
Que me perdi antes mesmo de me encontrar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Só pedi um abraço teu




Gota a gota vejo a vida passar,
Desses olhos que já sorriram tanto,
Quilos e quilos de lágrimas a embaçar,
O sonho de manter viva a lembrança.

Aqueles braços que já me acalentaram tanto,
Agora estão distantes e pálidos,
Braços que sustentaram mãos tão afáveis,
As quais ásperas bateram o martelo da minha condenação.

Tudo o que visava era estar a seu lado,
Porém minha devoção foi cruelmente machucada,
Todo o amor que um dia lhe dei,
Hoje esta a esvair por humildes lágrimas.

sábado, 4 de setembro de 2010

Guerra no escuro




Alucinante e desconcertante baila ao nosso redor,
Esconde-se nas sombras antes do nascer do sol.
Tem mil máscaras sem face,
Difíceis de catalogar.

Amargo e infrutífero faz a terra secar,
Espinhoso e venenoso,
Não se pode tocar.

Camufla-se na certeza,
Nubla a confiança.
Faz do inconsciente teu abrigo,
E do consciente tua chaga.

Tão perigoso quanto o fogo,
Faz a criança chorar,
O homem gritar,
A mulher se desesperar.

Tão impiedoso quanto a noite,
O medo recolhe suas garras,
Quando sua vítima decide lhe enfrentar!

Olha ela ali (Por Luana Almeida)




Olha ela ali, descalça,
Na sua loucura imediata de cada dia.
Olha ela ali, nua,
Se despindo pra um novo começo.
Olha ela ali menino, não a vê?
Esta cego? Não ouve?
Ela se dá por inteira a esse universo,
dança, canta, extravasa toda a loucura do ser, da alma.
Ela simples e ela, sempre.
Se perde no mundo que a mais excita,
na leitura constante de cada delicioso livro,
cada um com uma receita diferente que a alimenta,
que a faz sonhar.
Menino, pare de ser bobo, olha ela ali.

Lua




Conssigo sentir tua voz bailando,
Gritando e saltando,
Entre palavras e emoções.

Conssigo ver teus sonhos caminhando,
Restaurando e asfaltando,
As ideias acidentadas.

Em teu olhar uma prece iluminada,
Um imã de esperança,
Que te permite acordar em paz.

Em teus cabelos o sono dorme,
Mantendo sua mente acordada,
Doce Prima Donna a qual na eternidade está marcada!

Rasgar de uma doutrina




Palavras amordaçadas compõem uma linha borrada,
Sujas pelo choro de uma alma.
A liberdade a muito fora apunhalada,
Restando apenas tesouros censurados.

As vozes que tanto bradavam estão engasgadas,
Sua essência no medo está encarcerada.
Os olhos estão sendo vendados,
Por um ideal falsamente iluminado.

Há porem um resquício de esperança afugentado,
Que permanece escondido com lembranças amarguradas.
É por ele que a alma está a escrever,
Uma vida de batalhas e migalhas!



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Corpo




Meu peito é um cofre,
guarda meus puros e impuros sentimentos.

Minha mente é uma enciclopédia,
que aos poucos está sendo escrita.

Minhas mãos são ferramentas,
Ajudam a cnstruir o mundo.

Minha pele é como água,
Feita para sentir.

Meus olhos são quadros,
Feitos para equalizar imagens.

Meus sonhos,

O complemento da minha realidade.

O tempo,
é apenas um detalhe!

Depois de agir




Derrube esta árvore,
Faça um banco.
Queime esta terra,
Faça de pasto.
Corte este rio,
Passe por cima.
Jogue mercúrio,
Tire oouro.
Ignore o barro,
Desvie suas águas.
Mate os peixes,
Depois frite.
Suje a chuva,
Diga que é água.
Mate a sede,
Depois cuspa.
Guarde bem,
Você e o dinheiro.
Quando ou depois de agir,
O tempo os alcançará,
Junto com o sal,
Do teu remorço!

Breve conceito




A verdade é a base dos justos,
A jsutiça a do carater,
A confiança a da paixão,
A doação a do Amor,
A compreenssão a da amizade.

A verdade pode não ser absoluta,
A justiça severa.
A confiança é facilmente destruida,
A doação pode não ser recíproca,
Mas a compreenssão é a única capaz de fazer reinar a paz entre os homens!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crescer




Doce voz na boca da menina,
que faz o sentimento falar.
Nobre sonho na cabeça da menina,
que aguarda o futuro chegar.
Terna lágrima no olho da menina,
que espera a saudade viajar.
Bella menina a qual crescendo está,
menina que a velha mulher nunca irá abandonar!

Apenas um verso....




Corre, corre, sem parar,
Não deixa o mundo acabar!
Corre, corre, sem parar,
Não deixa a criança chorar,
Corre, corre, sem parar,
Não deixa a comida faltar!

Susbmersa


Molhada e suada correndo dentro d'água,
Meus olhos inconformados com tamanha entorpecência.
Aqui o ar não falta,
Mas meu corpo sente saudade da sua existência.

Varias cores diluídas bailam ao meu redor,
Encantando-me com tamanha falta de timidez,
Sua essência pura e livre me contagia,
Agora quero bailar também!

Me sinto tão somente minha quando estou suspensa no nada,
Que nem lembro mais que não estou em casa.
O oxigênio a ultima amarra grossa,
Que me prende a terrena mortalidade.

Aqui no vazio sinto a Utopia me abraçando,
Como a ultima bolha de ar que se esvai,
Me permitindo ser eterna.

Aqui neste infinito mundo não é necessário se esforçar,
Posso fechar os olhos em paz e deixar minha alma se libertar!

domingo, 22 de agosto de 2010

Gente da praça




Todos passam todo dia e não se lembram,
Todos passam todo dia e não se importam,
Todos passam querendo ser lembrados,
Todos passam querendo ser observados.

Todo dia vão e voltam cada vez mais ilustrados,
Todo dia fecham os olhos para não serem ofuscados,
Todo dia engravatados e maquiados,
A toda hora retocados.

Tanto e nada




Tanto lixo nas ruas,
Tantas pessoas no chão,
Tantos aviões nas nuvens,
Tanto ouro em uma única mão.

Tanta comida no lixo,
Tantas comidas vazias,
Tanta comida servida,
Tantas jovens com bulimia.

Tantos casebres no morro,
Tantos morreram soterrados,
Tantas mansões no centro,
Tanto ferro a manter o homem afastado.

Tanta falta de tudo,
Tantas mortes por nada,
Tantas sobras de excessos,
Tanto dinheiro guardado.

Tantas leis para o homem,
Tanta violência contra o homem,
Tanta ganância do homem,
Tantos perdidos na essência do homem!

Homens de terno cinza




Homens de petro sentados em uma mesa,
Estudam o bolso dos outros enquanto enxem uma conta no banco.
O povo quis que estivessem ali,
Um verbo no passado,
Muitos já perceberam que estão a ser enganados.

Está escrito na constituição,
Que o poder pertence ao povo,
Mas o povo se mantém em silêncio,
Diante de tanta corrupção.

Laranjas amadurecem no palácio do planalto,
Estão camufladas pelo falso "Ordem e progresso",
São cultivadas por "fichas-sujas",
Que nunca mereceram seus muitos votos.

Esses homens imponentes,
Com tanto poder nas mãos,
Se acham acima de todos,
Não respeitam o cidadão.

O homem que faz as leis,
Só pensa no que ele não tem,
Debocha dos que não o tem,
Mas que deram-lhe de tudo!

Nascer de uma frase




Doce tinta que mancha minha palma,
Me permite escrever mil palavras.
As frases se ajeitam em mil linhas nervosas,
Servindo de recheio a muitos textos bipolares.

Palavras que tornam pensantes os sons,
Entoando o choro de um violino,
Ordenando os berros de uma guitarra
Tornando vivos os ruídos da voz cantada.

Tantos sons de palavras,
Que dão um sentindo maior as emoções,
Sejam elas livres ou aprisionadas.

Palavras que dançam em uma mente emocionada,
Palavras que permitem gritar todas as emoções aprisionadas,
Palavras que não conseguem enganar um rosto sábio,
Palavras que fazem florescer alegria entre vidas alienadas.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Terno Eterno

 



Vida frágil bem abaixo dos meus pés,
Se evanesce nas lâminas que corrompe-me o pulso.
Faz pulsar doces lágrimas de abandono,
Me atrelaça ao terno vazio e solidão.

Vida doce escorrendo por finas veias,
Lavando tudo  que restar da agonia,
Enlouquece-me os sentidos,
Faz-me relaxar em convulsão.

Vida áspera que não consegui viver,
Sendo mutilada a cada queda,
Espancada por palavras venenosas,
Entorpecida entre os solsticios.

Vida célebre que me ensinou a resistir,
Deixei envergar cada traço de carinho,
A rejeição que me alia a dor,
O desespero que me atenua o torpor.

Vida solitária que não aceita desistência,
Vida a qual abandonei,
 Em meu ultimo suspiro um  proclamar,
De que vida eterna há de me esperar!

Podridão




Estão todos correndo para o novo sol plastificado,
Hibernação coletiva.
Estão todos afundando juntos na lama radioativa,
Incineração do entusiasmo.

Estão todos a sorrir juntos para a máquina de lixo radioativo,
Os nutrientes trangênicos da nova era.
Estão todos a cantar juntos a musica da falsa glória,
O hino das engrenagens mortas.

Estão todos juntos, separados por egoísmo,
Invejosa solidão.
Estão todos juntos rejeitados por si próprios,
Enchendo sepulturas de almas maltratadas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mimo




Há um peso impedindo minhas mãos.
Há uma luz cegando meus olhos.
Há um ruído fino enchendo meus ouvidos.
Nos meus cabelos algo molhado.
Em minhas pernas algo algemado.

Se não estou trancada tenho aonde ir,
Mas não chegarei a lugar algum.
Me encheram de tanta pompa que me perdi,
As placas tem muita purpurina.

Nada tem valor quando não se tem ninguém,
Nada vale a pena se não existe luta,
Queria apenas algumas lágrimas,
Jogar no mar toda a prata dourada.

Não ganho nada presa a pluma de almofadas,
Não consigo voar quando a ordem é estar parada,
As frases me reprimem como gelo,
Apertando minhas amarras.

Eu tentei sorrir e parecer agradada,
Mas nunca é certo estar acorrentada.
Eu tentei secar e parecer confortada,
Mas palavras doces não amenizam o sal de lágrimas.

Há um precipício de ouro entre mim e a liberdade,
Em seu fundo posso ver claramente todas as minhas pontes de sonhos,
Que deixei cair por falta de coragem.

É demasiado doloroso perceber,
Que só aprendi a ser livre estando de mãos atadas.
Lutando para acender uma faisca de vida em meus sonhos,
Pois enquanto houver luta não haverá paz,
E quando houver paz eu já não poderei erguer minhas pálpebras.

O silêncio da derrota




Minha voz queima na garganta,
Um grito de desespero,
 Recheado da vontade de não ser esquecida.

A corda grossa corta meus pulsos,
Tingindo-se de vermelho,
Lutando contra a vontade de estar livre.

A rocha nem ao menos se move,
Indiferente e fria,
Apegada demais a terra para querer voar.

Ninguem me ouve,
Sou o unico som,
O ultimo suspiro desperdiçado.

Fui esquecida após o julgamento,
Caçoaram das minhas palavras,
Mas nada poderá me fazer calar!

Purpura Purpurina



Ela tem uma mascara rosada,
Feita de pó e lápis.
Ela gosta de se camuflar,
De aprisionar a liberdade.
Quanto mais mimada,
Mais exigente fica.

Muda de hora em hora,
Sempre insatisfeita,
Corrige os traços finos até que quebrem.
Ela é viciada em um holofote,
Humilha tudo aquilo que não a agrada.

Ela se infiltra em cada um de nós,
Até que nos tornemos ela,
E nossos rostos sua mascara,
Seu nome é mutável,
Mas a maioria a nomeia com clareza: Vaidade.

Juventude Clichê




Seus princípios são de marketing,
Seu carater de telenovela,
Seu corpo de propaganda,
Seu rosto de um padrão de fabrica.

Sua maior diversão é gastar a mesada,
Para jogar no armário o ultimo lançamento de marca.
Sua maior frustração é esquecer,
As sacolas no mercado.
Sua grande preocupação,
manter encoberto o rosto com maquiagem.
Seu grande temor,
Que borre o lápis.

São diários os seus encontros com a grande rainha,
Que mantém alienadas as peças da economia.
De quinze em quinze dias chega um novo folheto,
É vergonhoso resistir aos logotipos.
Vai seguir todos os dias em busca de uma novidade,
Perseguirá os bisturis quando o padrão lhe rejeitar,
E quando estiver com toda a pele remendada perceberá enfim,
Que não há nada a ser aproveitado!

Quem fica




A chuva é meu colo,
A terra meu seio,
A lua o olhar que me acalenta.

Amanhece o dia me convidando a caminhar,
Por entre as peras dispostas nesta estrada sem fim,
Que me conduz ao longícuo lugar nenhum.

Mantenho a calma,
Sei que não tarda para meu corpo cair por entre as valas,
E meu espirito voar por entre as rochas.

Até lá eu continuarei fugindo,
Acompanhada por mim,
pela minha solidão.

A justiça está na mão que segura a lâmina enssaguentada,
Caso ela resolva conhecer o prório peito,
A paz permanece com quem sangra,
As lagrimas seguem entorpecendo minhas lembranças.


Equilibrio




Cada gota de verdade é um peso a menos,
Cada pedra de saudade mais um quilo de lembranças,
Cada sopro venenoso um novo rasgo,
Cada olhar carinhoso um reapro.

Estou inflando,
Me esticando,
Empurrando os limites,
Limitando a solidão.

Tropeço em raizes de arvores,
Voando sobre suas folhas,
Sendo puxada cada vez mais alto,
Pela liberdade de meus sentimentos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sem fôlego



Gotas vermelhas na água negra,
Entorpecência.

Abaixo da poeira,
Depois do esquecimento.

Mais corpos caindo,
O tempo abandonou nosso relógio.

O vento queima a esperança,
As nuvens apagam o entender.

Braços sem veias,
Pernas sem ossos.

Correntes nos prendem as cachoeiras,
Peixes mortos à nossa altura.

Eclipse,
Castigo.

Deixamos-nos afogar,
Nas lágrimas de nosso ódio!

Lembranças



Doces alegrias,
Tiradas de um tempo que já passou.

Vontades que retornam,
E me inflam o peito.

A emoção é mais cálida,
Pura, límpida.

As dores,
Belos quadros em tons de sépia.

Feridas tornam-se motivo,
De orgulho, paciência e respeito.

As flores murcharam,
Mas o aroma permanece intacto na lembrança.

Águas passaram,
Mas seu toque suave perdura nos sonhos.

Até o tempo já se fora,
Mas as marcas permanecem em nossa alma para nos lembrar da presença do passado!

Dor



Gota a gota,
Sangue.

A cada lagrima,
Mais um corte.

Sem som,
Apenas dor.

No escuro,
Sem ouvir.

Prantos,
Emoldurando novas marcas.

Tropeçando até na queda,
Sentindo a lama negra.

Pare o ar,
Roube meu tormento.

Fuja com os espelhos,
Quero janelas-quadro.

Não traga a luz,
Sem o esquecimento.

Perdoe as cordas,
Guardei só as amarras!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Daime um motivo...


Para não acreditar em sonhos....



Para largar a escuridão protetora e ser apunhalada pelo teu sol malfeitor...




 

Para deixar de viver minha esperança e juntar-me ao caos de uma sociedade crédula....

 


Daime apenas um motivo...




sábado, 2 de janeiro de 2010

Sonho de paz




Este vento que bate no meu rosto,
Também varre esta terra tão castigada,
Espalha estas sementes mortas,
Que terão de ser regadas por lágrimas.

Tentamos plantar flores,
Nasceram espinhos,
Que insistem em encobrir nossas pegadas,
Perfurando o céu onix nesta eterna noite tensa.

Restaram neste peito forte,
Lembranças da bem-vinda esperança,
E o sono solto,
Que nos transporta a nosso mundo.