terça-feira, 27 de julho de 2010

Terno Eterno

 



Vida frágil bem abaixo dos meus pés,
Se evanesce nas lâminas que corrompe-me o pulso.
Faz pulsar doces lágrimas de abandono,
Me atrelaça ao terno vazio e solidão.

Vida doce escorrendo por finas veias,
Lavando tudo  que restar da agonia,
Enlouquece-me os sentidos,
Faz-me relaxar em convulsão.

Vida áspera que não consegui viver,
Sendo mutilada a cada queda,
Espancada por palavras venenosas,
Entorpecida entre os solsticios.

Vida célebre que me ensinou a resistir,
Deixei envergar cada traço de carinho,
A rejeição que me alia a dor,
O desespero que me atenua o torpor.

Vida solitária que não aceita desistência,
Vida a qual abandonei,
 Em meu ultimo suspiro um  proclamar,
De que vida eterna há de me esperar!

Podridão




Estão todos correndo para o novo sol plastificado,
Hibernação coletiva.
Estão todos afundando juntos na lama radioativa,
Incineração do entusiasmo.

Estão todos a sorrir juntos para a máquina de lixo radioativo,
Os nutrientes trangênicos da nova era.
Estão todos a cantar juntos a musica da falsa glória,
O hino das engrenagens mortas.

Estão todos juntos, separados por egoísmo,
Invejosa solidão.
Estão todos juntos rejeitados por si próprios,
Enchendo sepulturas de almas maltratadas.