domingo, 20 de dezembro de 2009

Calunia





Passos em lava seca,
Criptografando a nossa historia,
Querendo embelezar certas flores,
Desenhadas em papel amassado.

Orgulho do que só se toca,
Guardado num vazio de ouro,
Carimbado com selo de sangue,
Vindos das antigas cachoeiras.

Tantas palavras lindas,
Ditas por bocas sujas,
Tantos olhos fartos,
Escondidos pela liberdade.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Desiludida





Esta navalha afiada que sai da tua boca,
Querendo perfurar meus pensados sentimentos,
Como uma cobra, ela tenta me atacar, me fazer sangrar,
Sem escolha, esquivo-me.

Cansei de cachoeiras secas vindas do teu olho,
Cansei da insolência do teu espírito,
Se não gosta de mim, afaste-se!

Deixo o ar esvair-se deste meu corpo pesado,
Quase morta pela tua aflição sombria,
Pois só agora percebo, que por todos esses anos,
Este teu amor carcereiro esteve me matando!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Toxicidade





Gritos, uivos, choros,
Casas caídas, demolidas, arrancadas,
Chão rachado quebrado, pontudo.

Mantenho-me assalvo,
Correndo, pulando, voando,
Cadê meu escudo? Meu super poder?

Voam carros, pedras, muros,
Chovem ácido, fogo, vento,
Sem pedras, só lama, nesse chão cinzento.

Perco o ódio, o sorriso, minha face,
Caem as ruínas do que sobrou,
Lavando a ilusão bastarda.

Doces lagrimas da chuva,
Lamentando essa vida,
Fizeram da terra teu começo, e das flores o teu fim!


Sombra da lua





Claridade que desce por meus olhos,
Parece me arrastar mais para o fundo,
Esquece-me no vão do silêncio,
Enquanto tento achar meus passos.

Cadê meu medo?
Até ele me abandonara, Um ser vazio flutuante,Uma sombra de cabeça baixa.
Não há calor em meus olhos tristes,
Procurando a natureza de uma alma fria,
Deixo-me levar pela noite, acalentado pelo vento.