terça-feira, 18 de maio de 2010

Sem fôlego



Gotas vermelhas na água negra,
Entorpecência.

Abaixo da poeira,
Depois do esquecimento.

Mais corpos caindo,
O tempo abandonou nosso relógio.

O vento queima a esperança,
As nuvens apagam o entender.

Braços sem veias,
Pernas sem ossos.

Correntes nos prendem as cachoeiras,
Peixes mortos à nossa altura.

Eclipse,
Castigo.

Deixamos-nos afogar,
Nas lágrimas de nosso ódio!

Lembranças



Doces alegrias,
Tiradas de um tempo que já passou.

Vontades que retornam,
E me inflam o peito.

A emoção é mais cálida,
Pura, límpida.

As dores,
Belos quadros em tons de sépia.

Feridas tornam-se motivo,
De orgulho, paciência e respeito.

As flores murcharam,
Mas o aroma permanece intacto na lembrança.

Águas passaram,
Mas seu toque suave perdura nos sonhos.

Até o tempo já se fora,
Mas as marcas permanecem em nossa alma para nos lembrar da presença do passado!

Dor



Gota a gota,
Sangue.

A cada lagrima,
Mais um corte.

Sem som,
Apenas dor.

No escuro,
Sem ouvir.

Prantos,
Emoldurando novas marcas.

Tropeçando até na queda,
Sentindo a lama negra.

Pare o ar,
Roube meu tormento.

Fuja com os espelhos,
Quero janelas-quadro.

Não traga a luz,
Sem o esquecimento.

Perdoe as cordas,
Guardei só as amarras!