quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mimo




Há um peso impedindo minhas mãos.
Há uma luz cegando meus olhos.
Há um ruído fino enchendo meus ouvidos.
Nos meus cabelos algo molhado.
Em minhas pernas algo algemado.

Se não estou trancada tenho aonde ir,
Mas não chegarei a lugar algum.
Me encheram de tanta pompa que me perdi,
As placas tem muita purpurina.

Nada tem valor quando não se tem ninguém,
Nada vale a pena se não existe luta,
Queria apenas algumas lágrimas,
Jogar no mar toda a prata dourada.

Não ganho nada presa a pluma de almofadas,
Não consigo voar quando a ordem é estar parada,
As frases me reprimem como gelo,
Apertando minhas amarras.

Eu tentei sorrir e parecer agradada,
Mas nunca é certo estar acorrentada.
Eu tentei secar e parecer confortada,
Mas palavras doces não amenizam o sal de lágrimas.

Há um precipício de ouro entre mim e a liberdade,
Em seu fundo posso ver claramente todas as minhas pontes de sonhos,
Que deixei cair por falta de coragem.

É demasiado doloroso perceber,
Que só aprendi a ser livre estando de mãos atadas.
Lutando para acender uma faisca de vida em meus sonhos,
Pois enquanto houver luta não haverá paz,
E quando houver paz eu já não poderei erguer minhas pálpebras.

Um comentário:

  1. Ameii. Não sei pq, mas eu estou vendo seus poemas de uma forma diferente, como se agora eu conseguise entender eles, eu te adimiroo bode! rsrsrsrs,
    há, eu não sei se vc viu, ou se foi proposital, mas a imagem do poema "Quem Fica", eu usei na minha postagem de "Pitty - Fracasso", só isso,
    Bjss amigaa.

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